Com o mercado cada vez mais competitivo e volátil, é necessário que as empresas sejam adaptativas e flexíveis para se manterem relevantes. No entanto, encontrar o meio termo entre a inovação e core business não é simples, pois, ao mesmo tempo que é preciso planejar o futuro da organização, também é necessário garantir as atividades centrais, que geram receita e lucro.
É por isso que, à medida que as lideranças das organizações entendem a importância de olhar para o futuro, sem impactar negativamente o que funciona no presente, a ambidestria organizacional vai ganhando força e espaço nas culturas corporativas. O processo para implementar ações ambidestras, por sua vez, pode ser um grande desafio, muitas vezes, por falta de informação e conhecimento para estruturá-lo, além do apoio interno que é necessário para o sucesso.
Corporações que aplicam a ambidestria com sucesso se destacam, e acabam se tornando referências no mercado, enquanto a concorrência, que não tem ou que gerencia o processo de uma maneira displicente, pode perder, cada vez mais, espaço competitivo. Em alguns casos, esse mal gerenciamento até pode fazer com que empresas deixem de existir.
Algumas das principais dificuldades que organizações encontram durante a jornada para se tornarem ambidestras são conciliar o core business com novas oportunidades, manter consistência no processo, em como aplicar a prática com os colaboradores e como transformar a cultura ambidestra em um aspecto da empresa.
O entendimento da ambidestria
Não há receita de bolo para uma organização desenvolver a ambidestria. Muito pelo contrário, há inúmeros caminhos e possibilidades que variam conforme estratégia e objetivos da empresa. Portanto, é preciso entender em que nível a ambidestria se encontra na corporação, para que o próximo passo seja dado.
No entanto, é necessário que haja o entendimento de todos os envolvidos, entre colaboradores e líderes, com o conceito e objetivo. Sendo assim, é preciso que todos os níveis operacionais entendam sobre a importância da ambidestria e o porquê dela estar sendo aplicada, uma vez que os envolvidos desviarão suas atividades tradicionais para alcançar esse novo objetivo.
É essencial que toda a empresa compreenda a relevância do conceito e esteja disposta a implementá-lo, do contrário, se houver resistência ou falta de clareza para com a ideia, é possível que haja uma falsa ambidestria aplicada na organização, fazendo com que a companhia não se desenvolva como gostaria, gerando decepções. Portanto, é essencial fazer reuniões com a equipe, explicar o processo e dar tempo para que o time se acostume com ela. Pequenos passos e ações são importantes no começo dessa jornada, para que aos poucos os colaboradores se adaptem e entendam o propósito da ambidestria.
Nesse outro blog post, comentamos mais detalhes sobre a origem da ambidestria organizacional e a relevância dela para as empresas no mundo corporativo.
A ambidestria organizacional é dividida em duas frentes. Uma que pensa no presente da organização e em como manter a empresa sustentável, enquanto a outra frente procura expandir as atuações para além do core business.
Vamos entender quais são e como funcionam essas duas divisões, com os exemplos abaixo.
Exploração
Uma empresa que vende café em pó deseja ampliar sua atuação e decide vender produtos feitos com café, como doces, suplementos e comida. Para entrar nesse mercado, que até então é desconhecido, a organização começa a estudar com mais profundidade o segmento alimentício para entender as dores e demandas. Após o estudo, a empresa de café elabora um planejamento de negócio, desenvolve os produtos e testa-os com o público para entender sua viabilidade. Com os produtos testados e aprovados, a empresa então começa a produzi-los em quantidade.
É o que chamamos na ambidestria de exploração, em que a empresa procura desenvolver novos produtos, explorar oportunidades e analisar potenciais mercados. São ideias inovadoras, que serão analisadas para entender a sua viabilidade, que visam expandir as atividades centrais da empresa e ampliar o escopo de atuação da corporação.
A ferramenta Business Model Canvas é ideal para planejar um projeto, pois permite esboçar e elaborar um modelo de negócios, abordando os principais aspectos que uma organização deve ter para operar.
Além dele do Business Model, também recomendamos utilizar a ferramenta Canvas de Projeto, para que se tenha uma visão macro do planejamento do projeto.
Explotação
Também temos a explotação, o outro lado da ambidestria, que consiste em evoluir, otimizar e escalar o core business da empresa. São ideias incrementais que irão melhorar as operações e manter o modelo de negócio sustentável.
Um exemplo disso seria uma empresa que possui diversas subsidiárias espalhadas pelo mundo e precisa acompanhar os resultados de todas as filiais, porém, apresenta dificuldades para recolher as informações necessárias. Para suprir essa falha, o CEO decide realizar uma reunião trimestral e presencial com os gerentes das subsidiárias para coletar os dados, entender como está o desempenho delas e tomar as decisões para o futuro da corporação.
Você deseja ter uma cultura de inovação de sucesso em sua empresa? Então acesse o nosso conteúdo Cultura de Inovação: Conheça 5 práticas para implementar uma Cultura de Inovação com Sucesso e descubra como aplicar as práticas na organização.
A exploração e explotação são processos operacionais opostos, porém complementares. A explotação busca quick wins e a exploração visa sair da zona de conforto da corporação, pensando em conquistar novos produtos e mercados desconhecidos, através de estratégias e iniciativas mais ousadas.
Apesar da ambidestria criar duas vertentes na empresa, essa divisão precisa ser temporária, pois, senão, corre o risco de uma das áreas se tornar irrelevante e ficar isolada do resto da organização. Ambas vertentes podem começar separadas, principalmente com a exploração, que busca novas oportunidades, mas, após um período, é necessário que aconteça uma reintegração das divisões para a empresa.
Está com dificuldades em expandir a empresa? Confira o nosso blog barreiras de inovação e veja alguns dos obstáculos que podem estar atrapalhando o desenvolvimento da empresa.
Conclusão
A capacidade de liderar é outra parte fundamental na ambidestria organizacional. Em empresas ambidestras, a capacidade de liderar está disseminada em toda a organização, não apenas nos níveis mais altos da hierarquia. Essa liderança é desenvolvida através da autonomia dos colaboradores, para que eles tenham liberdade de tomar as decisões nas atividades, e de um suporte organizacional, com seus líderes estimulando e incentivando essa independência. Desse modo, a liderança se torna onipresente em todos os níveis da empresa e ambidestra.
A Plastipak Packaging do Brasil participou de um programa de aceleração ágil da Venture Hub. O programa consistiu em transformar a cultura da empresa e implementar a ambidestria organizacional nela, dando autonomia e protagonismo aos colaboradores em todos os níveis e setores da empresa.
“A vivência da Venture Hub na área de inovação trouxe uma experiência única para nós, fazendo com que o pessoal seja motivado a cada dia e extraindo muito o potencial de cada um deles”, afirmou Evandro Pereira, managing director da Plastipak do Brasil. Confira como foi a jornada da Plastipak para se tornar uma empresa ambidestra, clicando aqui.
A ambidestria organizacional está ganhando mais relevância e presença nas corporações, por conseguir estruturar um modelo de negócio sustentável e escalável, com múltiplas possibilidades. Existem diversas empresas que utilizam o conceito nas suas operações e se tornaram grandes atores do mercado. É preciso que executivos entendam como suas empresas funcionam para implementarem da melhor maneira a ambidestria, pois ela vem se tornando cada vez mais necessária para empresas que desejam se manter relevantes no mercado.
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